Noções de cartografia (Robson)

ORIENTANDO-SE NA TERRA

INTRDUÇÃO


Existem diferentes formas de alguém selocalizar ou se orientar na superfície terrestre, e a maioria deles parte dautilização dos chamados pontos de orientação, que são: os pontoscardeais, pontos colaterais e os subcolaterais. Esses pontos estãoindicados na figura denominada rosa-dos-ventos ou rosa-dos-rumos.

A IMPORTÂNCIA DE UM ENDEREÇO PRECISO

Imagine uma grande cidade em que asruas não tenham nomes e as casas não tenham números, localizar alguém nessacidade seria muito difícil, e os carteiros certamente, desistiriam de suatarefa.
A mesma coisa acontece com a Terra.Imagine um navio em alto-mar necessitando de socorro, e as dificuldades paralocalizá-lo. Por esse motivo, adotaram-se também, como pontos de referência, aslatitudes e as longitudes que formam as coordenadasgeográficas.
As coordenadas geográficas sãoum conjunto de linhas imaginárias, traçadas paralelamente ao Equador – osparalelos que indicam a latitude (é a distância (em graus) de umponto qualquer na superfície terrestre em relação à linha do Equador, é sempreNorte ou Sul) – e perpendicularmente ao Equador – meridianos que indicam a longitude(é a distância de um ponto qualquer na superfície terrestre em relação aomeridiano de Greenwich, é sempre Leste ou Oeste).
Elas formam uma rede sobre asuperfície terrestre e o cruzamento de um paralelo com um meridiano indica aposição de um ponto na superfície terrestre.
Para se obterem essas coordenadas,estabeleceram-se como referenciais o Equador, que divide a Terra em doishemisférios – norte e sul -; e o meridiano de Greenwich,que passa pelos dois pólos e divide a Terra em hemisfério ocidental ehemisfério oriental.

Arosa-dos-ventos

A Orientação

Você já sabe que a Terra tem dois pólosgeográficos: Norte e Sul.
A partir desses dois pólos, estabeleceram-se a direçãonorte e a direção sul. Partindo-se desses
dois pontos de direção e do movimentode rotação da Terra, podemos encontrar outras direções.
Quando tomamos o Sol como ponto dereferência e olhamos na direção do Pólo Norte, deixamos atrás de nós o PóloSul.
Tendo como base os quatro pontoscardeais, podemos traçar direções ou pontos intermediários:
· Nordeste(NE), entre o norte eo leste;
· Noroeste(NO), entre o norte eo oeste;
· Sudeste(SE), entre o sul e oleste;
· eSudoeste (SO), entreo sul e o oeste.

Esses quatro pontos intermediários sãochamados pontos colaterais.
Podemos ainda traçar outros pontos deorientação entre esses oito que já estabelecemos. São os pontossubcolaterais: norte-nordeste (NNE), norte-noroeste (NNO), sul-sudeste(SSE), sul-sudoeste (SSO), leste-sudeste (LSE), leste-nordeste (LNE),oeste-sudoeste (OSO) e oeste-noroeste (ONO).
A figura onde aparecem todos essespontos de orientação – cardeais, colaterais e subcolaterais – é chamada rosa-dos-ventos.






AS VÁRIASMANEIRAS DE SE REPRESENTAR O ESPAÇO

O QUE É UM MAPA?
Um mapa é um desenho que retrata um lugar ou umadeterminada porção do espaço. Sabemos que um retrato ou uma fotografia é a imagem de uma pessoa, de umapaisagem, de um edifício, num certo instante, registrada numa folha de papel.Um mapa é mais ou menos isso: a representação ou a imagem de um lugar (país,cidade, região, etc.) num certo momento. Só que fazer um mapa é bem diferentede fazer um retrato: um retrato é tirado por alguém através de uma máquinafotográfica, enquanto um mapa é uma espécie de desenho muito bem feito de umaárea, que geralmente não caberia numa única fotografia.

Omapa é uma forma de conhecer melhor o espaço

A finalidade dos mapas é facilitar a orientação no espaço e aumentarnosso conhecimento sobre ele. Ou seja, os mapas nos permitem conhecer melhoruma área, uma cidade, um país. Ao contrário das fotos, que em geral servem comolembranças.
Tanto um retrato quanto um mapafornecem uma imagem parcial daquilo que representam no papel. Um objeto(edifício, mesa, árvore, etc.) ou uma pessoa podem ser vistos de vários lados,mas não é possível vê-los de todos os lados ao mesmo tempo. O que uma foto ouum mapa nos mostram é um dos lados, geralmente o mais importante.

PROJEÇÕESCARTOGRÁFICAS

A rede de paralelos e meridianos sobrea qual desenhamos um mapa constitui o que chamamos de projeção cartográfica. Sua aplicação envolve conceitos matemáticose geométricos.
Mesmo possibilitando uma representaçãomais precisa e mais organizada da superfície terrestre, o uso das projeçõespode causar distorções. Cabe ao cartógrafo decidir qual é o tipo de projeçãomais apropriado para o mapa que vai construir.
Os principais tipos de projeção mantêmos aspectos mais importantes para a elaboração de um mapa, que são a distância, a forma e os ângulos.Nenhuma projeção consegue manter esses três elementos ao mesmo tempo.

Tiposde projeções

As projeções cartográficas sãoelaboradas a partir de três métodos originais: projeções cilíndricas, projeções cônicas e projeções azimutais (planas).

Projeções cilíndricas
Nesse tipo de projeção, muito usadopara representar planisférios (mapa-mundi), os paralelos e meridianos sãoprojetados sobre um cilindro, que é planificado posteriormente. Os paralelos,retos e horizontais, e os meridianos, retos e verticais, formam ângulos retos.
Seu principal inconveniente éapresentar deformações nas áreas de altas latitudes.



Projeções cônicas
Nos mapas com projeções cônicas, oglobo terrestre (ou parte dele) é projetado em um cone tangente, que depois éplanificado. As projeções cônicas são usadas principalmente para representarregiões de latitudes médias. Apresentam maiores deformações na base e novértice do cone, por isso representam regiões menores.



Projeções azimutais

Também chamadas de projeções planas,as projeções azimutais são elaboradas a partir de um plano tangente sobre aesfera terrestre.
Meridianos e paralelos são projetadossobre um plano apoiado em um ponto que geralmente está no Equador ou nos pólos.



Projeções mais usadas emCartografia

Projeção de Mercator

É o mais utilizado nos mapas-mundi, ouplanisférios, que encontramos em atlas e livros.
No século XVI, o geógrafo Gerhard Kremer, conhecido comoMercator, idealizou e construiu o tipo de projeção cilíndrica, muito usado nanavegação porque permite traçar rotas em linha reta.
A projeçãode Mercator é conforme, pois não deforma os ângulos. Porém as áreas dohemisfério Norte, principalmente a Europa, ficaram muito ampliadas. Issoreflete a hegemonia econômica e política exercida pelos europeus na época. Naverdade, cada tipo de projeção revela as idéias de quem o criou, expressando,assim, a sua visão de mundo.


Projeção de Peters

A projeção criada em 1973 pelohistoriador alemão Arno Peters procura representar mais fielmente as áreas dosoceanos e continentes. A projeção de Peters é cilíndrica e equivalente. Essarepresentação significou muito para a auto-estima dos países subdesenvolvidos,que ganharam mais destaque. Porém, para conseguir a equivalência, foi precisosacrificar as formas. África e América do Sul estão estranhamente alongadas nosmapas feitos nessa projeção.


Projeção de Mollweide



Equivalente e não conforme, a projeçãode Mollweide é apresentada em formato elíptico. Nesse tipo de projeção, adistorção das formas é menor do que na projeção de Peters.








Projeção de Goode
Também chamada de projeção interrompida,a projeção de Goode tem o objetivo demostrar a equivalência entre as áreas oceânicas e continentais.











ASCONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS E A LEGENDA

Os objetos (símbolos ou desenhos) queexistem nos mapas são chamados de Convenções cartográficas e Legendas.
Precisamos criar as convençõescartográficas porque não podemos desenhar as coisas exatamente como elas são narealidade. Um mapa procura retratar uma área como se ela estivesse sendo vistade cima. Dessa forma, os objetos (campos, ruas, fábricas, aeroportos, etc.) sãorepresentados de um único ângulo, ou seja, como se fossem vistos do alto. Éimpossível representar num único desenho todos os ângulos de um objeto.
Muitas vezes os objetos são desenhadosno mapa num tamanho muito reduzido. Então, para torná-los mais claros, criamosum símbolo ou um desenho especial para representá-lo. Esses símbolos sãoconvenções e, por isso, são facilmente entendidos.
A legenda explica o significado decada símbolo representado no mapa. Os símbolos ou convenções são importantesporque destacam coisas ou objetos que merecem uma atenção especial.


ESCALA
A escala cartográfica é outro elemento importante para entender ummapa. Para se fazer um mapa de uma área, é preciso determinar as medidas,levando em conta as suas proporções.
Podemos dizer, então, que escala é umaproporção matemática, ou seja, uma relação numérica entre o mapa e a realidadeque ele representa. Para representar toda a Terra num mapa, naturalmente épreciso reduzi-la. O tamanho dessa redução é mostrado pela escala. Podemosafirmar que escala é a relação entre as dimensões reais da parte do mundorepresentada nesse mapa.

COMOREPRESENTAR UMA ESCALA

Existem duas maneiras de representar aescala de um mapa: pela forma gráfica e pela forma numérica.
Escala gráfica é aquela que expressa por um segmentode reta com marcações que correspondem aos valores da escala numérica.
Esse tipo de escala expressa por um desenho especial – um gráfico debarras horizontal ex: 10____20____30____40km (1: 10.000.000) -, dá uma idéiaimediata das distâncias aproximadas entre os lugares, às cidades ou demaisobjetos representados.


Escala numérica é representada em números. Ex: 1:10.000.000. O número 1 é invariável. Ele é numerador da escala. O outronúmero, que vem depois do sinal e à direita do numerador, é o denominador.O denominador varia, dependendo do tamanho da escala. Dizemos que uma escala égrande, quando o seu denominador é um número pequeno (por exemplo, 1: 100), eque uma escala é pequena, quando o seu denominador é um número grande (porexemplo, 1: 10.000.000).

OSDIFERENTES TIPOS DE MAPAS

Existem diferentes tipos de mapas.Depende do que eles representam. O mapa-múndi, por exemplo – tambémchamado de planisfério – representa os países do mundo. É um mapapolítico. Um mapa do Brasil com seus estados e suas capitais também é um mapapolítico.

Osmapas podem ser:

Humano – representa fatos ou atividadeshumanas sobre determinada porção da superfície terrestre: mapa político– aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios, etc; mapaeconômico – indica as atividades produtivas do homem em determinada região;mapa demográfico – apresenta a distribuição da população em uma região.




Físico – representa os aspectos naturais de uma área: relevo– apresenta as características do relevo de uma região (se é montanhoso, planície, depressão, etc.); clima –indica os tipos de clima que atuam sobre uma região (se é tropical, temperado,úmido, etc,); hidrográfico – mostra os rios que cortam um determinado lugar;vegetação – mostra o tipo de cobertura vegetal de uma região.







ASGRANDES PAISAGENS NATURAIS DO GLOBO TERRESTRE
1.AS ZONAS POLARES

As áreas de clima frio polar sãoaquelas de altas latitudes (áreas distantes da linha do Equador, acimados 66º 33’, tanto ao norte como ao sul), ou seja, vizinhas aos pólos. Taisáreas incluem, no hemisfério Sul, a Antártida, e, no hemisfério Norte, oAlasca, a Groelândia, o norte do Canadá, o norte da Rússia e dos paísesescandinavos (Suécia, Finlândia e Noruega) e numerosas ilhas.
Essas áreas possuem elevadas pressõesatmosféricas e nelas se localizam as massas de ar polares, frias e normalmentesecas.

Oclima

No clima frio polar há duasestações do ano principais: o inverno, durante o qual – nos dois pólos,a 90º de latitude – se chega a ficar até seis meses sem sol (noite polar), comtemperaturas médias mensais de –30º a –50ºC; e o verão, período em que,a 90º de latitude, há mais ou menos seis meses de sol fraco (dia polar) comtemperaturas mensais médias de 10ºC.
O continente antártico é mais frio queas áreas polares do norte (Groelândia, Alasca, etc.), pois apresenta altitudessuperiores às dessas áreas. Existem sobre esse continente permanentes camadasde gelo que chegam a atingir espessuras de até 2 km.

Osolo, a vegetação e a hidrografia

Não há solos em vastasextensões dessas áreas devido às grossas camadas de gelo. Quando aparecem, sãobastante pobres, pois têm uma espessura muito pequena e pouca vida microbiana.
A vegetação, especialmente naAntártida, é quase inexistente. Apenas nas bordas desse continente e em grandestrechos da Sibéria, do Alasca e da Groelândia, bem como ao norte da Europa,aparece a tundra, vegetação rasteira, composta por musgos e liquens.
Os rios permanecem congelados a maiorparte do tempo, e suas águas correm apenas alguns meses do ano.

Aocupação humana

Algumas áreas da zona polar ártica são tradicionalmente habitadas porpovos de tecnologia rudimentar, como os esquimós, e os lapões. Nas últimasdécadas, porém, devido à descoberta de riquezas minerais, principalmente depetróleo, o norte da Sibéria (parte oriental da Rússia) e o Alasca (pertencenteaos Estados Unidos) começam a ser mais intensamente explorados, com aconstrução de instalações industriais e o desenvolvimento de pequenas cidades.A Antártida é ainda desabitada, excetuando algumas instalações de naturezacientífica, em especial norte-americanas, russas, francesas, inglesas, alemãs,australianas, etc.
Na realidade, a Antártida constitui hoje a últimagrande porção territorial do nosso planeta que ainda não foi incorporado naeconomia moderna. Sabe-se que por baixo dessa grossa camada de gelo – a geleirapolar antártica – existem importantes reservas de petróleo, ferro, cobre, ouro,manganês, urânio, carvão e alguns outros minerais. Além disso, aparece naságuas oceânicas vizinhas à Antártida uma rica fauna, que vai desde baleias atéinúmeras espécies
decrustáceos, especialmente o krill, que é muito semelhante ao camarão erico em proteínas. A pesca do krill já é intensa há alguns anos.
Em 1961 firmou-se o Tratado daAntártida, assinado inicialmente por doze países e depois aceito por váriosoutros, inclusive o Brasil, que estipula o seguinte: até 1991 esse continentenão pertenceria a nenhum país em especial, embora todos tivessem o direito deali estabelecer bases de pesquisas. O Brasil mantém uma pequena base depesquisas na ilha do Rei Jorge, no norte do continente desde 1984.

2.OS DESERTOS

As áreas de clima árido ou desértico situam-se no interior dos continentes,tanto em baixas latitudes (próximo a linha do Equador) como em médias latitudes(mais afastadas da linha do Equador).
Os maiores desertos da Terra são:
· Saara – com cerca de 7 800 000 km². Situado no norte daÁfrica, estende-se do mar Vermelho até o oceano Atlântico, chegando ao marMediterrâneo. Abrange territórios de diversos países: Argélia, Líbia, Egito,Chade, Mali, Mauritânia, Níger, Saara Ocidental, Sudão, Tunísia e Marrocos.
· GrandeDeserto Australiano – com 1 550 000 km², localizado na Austrália.
· Desertoda Arábia – com cerca de 1 300 000 km², localiza-se na penínsulaArábica (Ásia). Ocupa terras de vários países: Arábia Saudita, Síria, Jordânia,Iraque, Omã e Iêmem. É praticamente uma continuação do deserto do Saara.
· Gobi – com 1 050000 km², localizado na China (parte oeste) e na Mongólia.
· Kalahari – com 600000 km², no sul da África (Botswana e África do Sul).

Há ainda outros desertos que ocupam menores extensões de terra, como odo Colorado (Estados Unidos), Atacama (Chile), Neguev (Israel), Kara Kum(Cazaquistão e Usbequistão), Thar (Índia e Paquistão), etc.

Oclima

O fato que mais caracteriza o clima desértico é o fraco índicede pluviosidade (menos de 500 mm/ano) e sua irregular distribuição. Não existeuma estação chuvosa definida; as chuvas são quase acidentais, caindo em curtaspancadas durante alguns dias do ano.
Os desertos são áreas dominadas permanentemente pormassas de ar secas e de altas pressões atmosféricas. O ar está em constante movimento: os ventos são fortes e
permanentes. A temperatura varia intensamente: a amplitude térmicadiária (diferença entre a máxima e a mínima do dia) é a maior que existe.Durante o dia faz muito calor (mais de 40 ou às vezes mais de 50ºC). Foi nodeserto do Saara, na Líbia, que se registrou a temperatura máxima da superfícieterrestre: 58ºC. À noite, porém, o frio é intenso (temperaturas próximas à 0ºCou às vezes abaixo disso).

Orelevo

Os desertos são normalmente arenosos, os intensos ‘’lençóis de areia’’que aí existem são chamados de ergs. Freqüentemente surgem as dunas,que são montes de areia acumulada pelos ventos.

Osolo, a vegetação e a hidrografia

Os solos em geral sãoextremamente finos (rasos) ou inexistentes. A forte evaporação ocasiona aformação de crostas salinas.
Como não podia deixar de ser, devido àescassez das chuvas e à pobreza dos solos, a vegetação é rara, com plantas xerófilasque possuem enormes raízes, casca grossa e lenhosa, folhas atrofiadas ouestruturas adaptadas à armazenagem da água (cactáceas). Em algumas áreasaparecem plantas de ciclo vital curto, que nascem e morrem na breve estação daschuvas. Apenas nos oásis pode-se encontrar uma vegetação mais rica, comnumerosas palmeiras. Os oásis, localizados em áreas onde aflorou a água dosubsolo, são verdadeiras ilhas verdes no meio do deserto.
Os rios, em sua maioria, sãotemporários ou intermitentes (secam durante vários meses). Há exceções, como orio Nilo, que atravessa o Saara, nascem fora dos desertos.

Aocupação humana

Excetuando algumas áreas (regiões litorâneas ou margens de rios), osdesertos possuem normalmente baixas densidades demográficas. Esse fato,contudo, está começando a mudar. Em Israel, por exemplo, vêm sendointensivamente ocupados enormes trechos do deserto do Nagrev, que se transformamem áreas agrícolas produtivas graças à construção de profundos poços artesianose de canais de irrigação. Da mesma forma, o petróleo no deserto ao redor dogolfo Pérsico (Arábia Saudita, Kuwait, Iraque, etc.) e algumas riquezasminerais (molibidênio, cobre, zinco e estanho) nos Estados Unidos e noCasaquistão deram origem a instalações industriais e ao estabelecimento devárias cidades.

Oprocesso de desertificação

Um processo que vem ocorrendo há algum tempo em certasáreas vizinhas a desertos – no
centro da África, notadamente -, ou em áreas semi-áridas – como é ocaso do sertão nordestino, no Brasil -, é a desertificação. Issosignifica que começa a ocorrer nessas áreas um crescente ressecamento, devidoao fato de a quantidade de água perdida por evaporação ou por escoamento sersuperior àquela fornecida pelas precipitações (chuvas).
Embora possa ser provocada por causas naturais, a desertificação atualé resultado principalmente da ação humana, que destrói a vegetação original(desmatamento) – às vezes por meio de grandes queimadas -, introduzindo plantasrasteiras que não protegem o solo da ação erosiva.

3.AS ALTAS MONTANHAS

As altas montanhas constituem um tipode relevo jovem (do período terciário e ainda pouco desgastadas pelaerosão) e de elevadas altitudes, normalmente acima de 4000 m. Incluem-se nessaclassificação as seguintes cadeias de montanhas. Os Alpes, os Apeninos,os Pirineus e os Cárpatos (na Europa); os Andes e as montanhasrochosas (no continente americano); o Atlas (na África); o Himalaia(na Ásia); e outras menos conhecidas.

4.AS REGIÕES TEMPERADAS

As zonas temperadas são aquelaslocalizadas entre os trópicos (de Câncer e de Capricórnio) e os círculospolares (Ártico e Antártico), ou seja, a médias latitudes (de 23º27’30’’ a66º33’ de latitude, tanto ao norte como ao sul do Equador).

Oclima

O clima temperado, que se subdivide emcontinental, oceânico e mediterrâneo, possui as quatroestações do ano bem definidas e uma grande amplitude térmica anual (diferençaentre o mês mais quente do ano e o mais frio). Essas áreas de médias latitudessão regiões de confronto de massas de ar e, portanto, de intensa circulaçãoatmosférica, ora dominada por frente fria – oriunda das massas polarescontinentais ou marítimas -, ora por frente quente – originária das massastropicais, continentais ou marítimas.
Os climas temperados são os que maisfielmente retratam as diferenças entre as estações do ano: primavera, verão,outono e inverno. O inverno é frio, com médias mensais de 4 a 0ºC e comqueda de neve; o verão é quente, em torno de 16 a 20ºC; a primavera e o outonosão períodos de transição.

Ahidrografia e a vegetação

Nessas áreas os rios geralmentecongelam no inverno; com a primavera vem o degelo. A vegetação tambémcostuma ficar desfolhada no inverno; na primavera as folhas renascem.
As paisagens temperadas são as maisintensamente ocupadas pelo homem: quase dois terços da população mundial vivematualmente em áreas temperadas. As alterações feitas no meio natural foram econtinuam sendo enormes. A vegetação natural (taiga, em algumas áreas;pradarias ou estepes, em outras; e também a vegetação mediterrânea, com suasoliveiras, castanheiras, cedros, etc.) raramente é encontrada em sua formaoriginal.

Osolo

Tanto os solos mais ricos (tchernozion)como os mais pobres (podzol) são explorados intensamente, com o empregofreqüente de adubos químicos e às vezes orgânicos, bem como das mais modernastécnicas agropecuárias.

Regiõestemperadas: as melhores para viver?

Alguns estudiosos chegaram a afirmar que as áreas temperadas seriam omelhor meio natural para a vida humana ou que a paisagem temperada era a únicaque permitiria um maior desenvolvimento econômico e cultural. É como se aexplicação para o progresso estivesse na natureza, em especial no clima: asáreas temperadas seriam desenvolvidas e as tropicais (e desérticas) seriamsubdesenvolvidas. Essa visão, no entanto, é considerada equivocada. Embora narealidade a maioria dos países desenvolvidos se localize nas zonas temperadas,não se pode estabelecer uma relação de causa e efeito entre esses dois fatos.As razões da industrialização ou do desenvolvimento econômico e cultural de umpovo são históricas e o meio natural tem uma influência limitada.

5.AS ÁREAS TROPICAIS

As regiões tropicais, ouintertropicais correspondem às áreas de baixas latitudes (de 0º a 23º27’33’’,ao norte ou ao sul do Equador), localizadas entre os trópicos de Câncer e deCapricórnio.
Considera-se tropical a região de temperatura igual ou superior 18ºC nomês mais frio e que apresenta um total anual de chuvas que permita odesenvolvimento da agricultura sem utilizar necessariamente a irrigação. Dessaforma, podemos considerar áreas tropicais a maior parte da América Latina e daÁfrica e uma boa parte da Ásia, além de numerosas ilhas do Atlântico, doPacífico e do Índico, localizadas entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.

Oclima

Os climas da zona tropical(equatorial e tropical) são quentes: as médias térmicas do mês mais frio estãoentre 18 e 24ºC e as do mês mais quente entre 24 e 30ºC. As amplitudestérmicas, tanto diárias como anuais, são baixas e, portanto, a variação datemperatura é normalmente pequena. Nessas regiões, são observadas apenas duasdas quatro estações do ano, o verão, mais quente e geralmente chuvoso; e oinverno, menos quente e em geral seco. Primavera e outono quase inexistem.

Ahidrografia, a vegetação e o solo

Os rios da zona tropical sãonormalmente caudalosos e nunca congelam ou secam. São rios de regime pluvial,ou seja, dependem basicamente das chuvas.
A vegetação natural é bastanterica e variada: grandes florestas equatoriais, florestas tropicais, savanas oucerrados, e campos. É bem verdade que boa parte dessa vegetação já foidevastada pela ação humana.
Na agricultura itinerante conhecida noBrasil pelo nome de roça, a floresta é derrubada e queimada, fazendo-sea seguir a plantação e posteriormente a colheita. Após alguns anos de cultivo,com o empobrecimento dos solos, abandona-se o local e repete-se o processo emnova área. Às vezes o agricultor volta novamente à área abandonada, depois queela teve um período de descanso e as matas já estão se reconstituindo. Essavegetação secundária, conhecida por capoeira, é menos rica que a primitiva.Queimando a vegetação, o fogo deixa no local apenas cinzas, que, embora ricasem potássio, não são aproveitadas pelos solos, pois acabam sendo levadas pelosventos ou pelas enxurradas.

BIBLIOGRAFIA

· VESENTINI,José William e Vânia Vlach. Geografia Crítica: O espaço natural e a açãohumana. São Paulo. Ed. Ática. 1999.
· ANTUNES,Celso. Geografia e Participação: Introdução aos estudos geográficos. São Paulo.Ed. Scipione. 1996.
· GARCIA,Helio Carlos e Tito Marcio Garavallo. Geografia: Iniciação aos estudosgeográficos. São Paulo. Ed. Scipione. 1995.

 
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