QUESTÕES DO ENEM
RESOLUÇÃO
“A feição deles é serem pardos. Maneira
d’avermelhados, de rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus sem nenhuma
cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar as suas vergonhas. E
estão à cerca disso com tanta inocência como tem em mostrar o rosto.”
1- Ao
estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha,
conclui-se que:
A)Ambas se identificam pelas
características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia do movimento
romântico das artes plásticas.
B)O artista, na pintura, foi fiel ao
seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas
fantasioso.
C)A pintura e o texto têm uma
característica comum que é representar o habitante das terras que sofreriam o
processo colonizado
D) O texto e a pintura são baseados
no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.
E) Há forte direcionamento
religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto de
catequização jesuítica.
>>
Texto para as questões 2 a 7:
O que se entende por arte
"Se
perguntarmos hoje a um homem de cultura mediana o que ele entende por arte, é
provável que na sua resposta apareçam imagens de grandes clássicos da
Renascença, um Leonardo da Vinci, um Rafael, um Michelangelo: arte lembra-lhe
objetos consagrados pelo tempo, e que
se
destinam a provocar sentimentos vários e, entre estes, um, difícil de precisar:
o sentimento do belo.
Essa
resposta fere, sem dúvida, alguns aspectos importantes da obra de arte. A
objectualidade: um quadro, por exemplo, é um ser material. E o efeito
psicológico: uma obra é sentida e apreciada pelo receptor, seja ele visitante
de um museu ou espectador de um filme.
Mas,
é necessário convir, o nosso interrogado é sempre um homem do seu tempo, alguém
que nasceu e cresceu entre os mil e um engenhos da civilização industrial, e
que tende a ver em todas as coisas possibilidades de consumo e fruição.
Ter
ou desejar ter uma gravura, um disco ou um livro finamente ilustrado é o seu
modo habitual de relacionar-se com o que todos chamam de arte. Tal
comportamento, embora se julgue mais requintado que o prazer útil de usar um
bonito liquidificador, afinal também está preso nas engrenagens dessa máquina
em moto contínuo que é o consumo, no caso o mercado crescente de bens
simbólicos.
Constatar,
porém, o uso social da pintura e da música, ou a sua função de mercadoria, não
deve impedir-nos de ver antropologicamente a questão maior da natureza e das
funções da arte.
É preciso refletir sobre este dado incontornável: a arte tem representado,
desde a Pré-História, uma atividade fundamental do ser humano. Atividade que,
ao produzir objetos e suscitar certos estados psíquicos no receptor, não esgota
absolutamente o seu sentido nessas operações.
Estas decorrem
de um processo totalizante, que as condiciona: o que nos leva a sondar o
ser da arte enquanto modo específico de os homens entrarem em relação com o
universo e consigo
mesmos.
"
("Reflexões
sobre a Arte", Alfredo Bosi. Ed.
Ática, 1985.)
2- De acordo com o texto, é
possível afirmar que:
a) a compreensão do que seja a arte
pressupõe o conhecimento de autores da renascença, como Leonardo da Vinci,
Rafael e Michelangelo.
b) pessoas de cultura mediana não sabem o
que é a verdadeira arte.
c) o homem moderno, nascido na
civilização industrial, tende a ver a arte como bem de consumo.
d) o homem moderno não distingue um
quadro de um bonito liquidificador.
e) a arte tornou-se mais pobre no mundo
moderno porque assumiu a função de mercadoria.
3- Com base no texto, assinale a
alternativa que não se sustenta.
a) o autor, embora reconheça que a arte
tem uma função social, não abre mão de investigá-la mais a fundo.
b) segundo o autor, por meio da arte, os
homens entram em relação com o universo e consigo mesmos.
c)segundo o autor, desenvolveu-se no mundo moderno um
mercado de consumo de bens simbólicos.
d) A arte, segundo o autor, não se esgota
nas operações de produzir objetos e suscitar certos estados psíquicos no
receptor.
e) segundo o autor, o único interesse do
homem moderno é consumir bens.
4- Assinale a alternativa em que há
uma hipérbole:
a) "alguém que nasceu e cresceu
entre os mil e um engenhos da civilização industrial"
b) "apareçam imagens de grandes
clássicos da renascença, um Leonardo da Vinci, um Rafael, um
Michelangelo"
c) "Tal comportamento, embora se
julgue mais requintado que o prazer útil de usar um bonito
liquidificador,(...)"
d) "está preso nas engrenagens dessa
máquina em moto contínuo que é o consumo"
e) "a arte tem representado, desde a
pré-história, uma atividade fundamental do ser humano. Atividade que,
(...)"
5-
Na frase "Essa resposta fere, sem dúvida, alguns aspectos importantes da
obra de arte", o autor emprega o verbo "ferir" com o mesmo
sentido em que está empregado em:
a)esse projeto de lei fere a constituição
do país.
b) Feria as cordas do violão com ternura
e melancolia.
c) o tiro feriu-o gravemente.
d) Feriu de leve os temas polêmicos.
e) A injustiça fere as almas sensíveis.
6- Na construção "arte
lembra-lhe objetos consagrados pelo tempo", o verbo "lembrar" é
empregado com dois complementos (direto e indireto). Assinale a alternativa em
que o emprego do verbo "lembrar" não obedece ao padrão culto da
língua.
a) ele não lembrou de devolver os livros
à biblioteca.
b) ela lembra o pai em tudo, até no jeito
de sorrir.
c) lembre-me de dizer isso a ele quando o
encontrar!
d)não me lembrei da data de seu
aniversário.
e) lembrou-lhe de repente que tudo aquilo
não passava de um delírio de sua imaginação.
7- O autor faz uso da expressão
"moto contínuo"("está preso nas engrenagens dessa máquina em
moto contínuo que é o consumo").
Sobre o termo "moto",
nesse caso, é correto dizer:
a) refere-se ao motor das máquinas.
b) é uma redução da palavra
"motocicleta".
c) é um sinônimo de
"movimento".
d) é um sinônimo de "motivo".
e) refere-se à paralisação das
engrenagens.
8- leia os trechos a seguir:
I-
"...o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de
portas e janelas alinhadas..."
II-
" Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono..."
Neles ocorrem respectivamente as
seguintes figuras de linguagem:
a)antonomásia e metáfora.
b) personificação e metonímia.
c) hipérbato e silepse de
gênero.
d) pleonasmo e metáfora.
e) eufemismo e hipérbole.
SONETO DE FIDELIDADE
De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão
momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou ao seu contentamento.
E
assim,
quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
9-
A palavra mesmo pode assumir diferentes significados, de acordo com a sua
função na frase. Assinale a alternativa em que o sentido de mesmo equivale ao
que se verifica no 3º. verso da 1ª. estrofe do poema de Vinícius de
Moraes.
a)Pai,
para onde fores, / irei também trilhando as mesmas ruas... (Augusto dos Anjos)
b)Agora,
como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida interior, que é modesta, com a
exterior, que é ruidosa. (Machado de Assis)
c)Havia
o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito, mesmo
em doses variáveis. (Raimundo Faoro)
d)Mas,
olhe cá, Mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre? (Machado de
Assis)
e)Vamos
de qualquer maneira, mas vamos mesmo. (Aurélio)
Texto
1
Que és terra Homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua Igreja,
De pó te faz espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te.
Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te,
E como o teu baixel sempre fraqueja
Nos mares da vaidade, onde peleja,
Te põe à vista a terra, onde salvar-te.
Alerta,
alerta pois, que o vento berra,
E
se assopra a vaidade, e incha o pano,
Na
proa a terra tens, amaina, e ferra.
Todo o lenho mortal, baixel humano
Se busca a salvação, tome hoje
terra,
Que a terra de hoje é porto
soberano.
(Gregório de Matos, “A Quarta Feira
de Cinzas”)
Texto
2
No
tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como
uma vela fúnebre de cera,
Chorei
bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!
Hoje,
esta árvore de amplos agasalhos
Guarda,
como uma caixa derradeira,
O
passado da flora brasileira
E a
paleontologia dos Carvalhos!
Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos
necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,
Voltando
à pátria da homogeneidade,
Abraçada
com a própria Eternidade,
A
minha sombra há de ficar aqui!
(Augusto
dos Anjos, “Debaixo do Tamarindo”)
10-
Em ambos os textos, considera-se a fragilidade da condição humana, sujeita à
morte, e a crença na eternidade.
Assinale a alternativa correta
sobre os textos acima.
A)
O primeiro, que pertence ao século XVII, focaliza a questão do ponto de vista
religioso, que vê a eternidade de acordo com as crenças da Igreja católica; o
segundo, do início do século XX, considera o assunto de acordo com o pensamento
materialista, que entende a eternidade como uma espécie de reciclagem
ecológica da matéria.
B) Enquanto o primeiro, barroco, mostra
uma visão
otimista
da eternidade, pois a considera como segura
salvação
da alma, o segundo, pré-modernista, apresenta uma compreensão pessimista da
vida eterna,uma vez que a alma (“sombra”) vai permanecer no mundo, sem
conseguir atingir a salvação.
C) Enquanto o Texto
1 revela
o dilema do poeta barroco, que contrapõe a realidade concreta (“Que a terra de
hoje é porto soberano”) aos dogmas espirituais da Igreja (“Lembra-te Deus, que
és pó para humilhar-te”), o Texto 2 mostra
todo o desencanto do poeta simbolista, que é ateu, mas gostaria de crer em
Deus.
D) No primeiro, revela-se o pessimismo
resultante das contradições do homem barroco, influenciado pela ideologia da Contra-Reforma
católica; no segundo,fica patente o otimismo do homem modernista, que vê a
ciência como a possibilidade de prolongamento da vida.
E) Se o primeiro é otimista por acreditar
na salvação da alma, de acordo com a fé católica, o segundo é otimista por
acreditar na salvação do corpo, pois, segundo a lei científica, tudo se
transforma.
11-
A opção que contem os itens corretos é:
I- A Literatura brasileira nasceu de um
processo caracterizado pela luta entre originalidade e a imitação, consequência
da nossa situação de país colonizado.
II- O período do Brasil colônia,
apresenta obras que, mesmo inconscientemente, já começou a se diferenciar
daquelas produzidas na metrópole.
III- A rigor, não existiu no Brasil
colônia, o estilo clássico da Renascença europeia.
IV- Por motivos catequéticos, dentre
outros, a produção do Pe.
José de Anchieta está relacionada, em seu conteúdo a uma visão teocêntrica
medieval e não a uma visão antropocêntrica renascentista.
A)I, II, III e IV
B)I, II, III
C)I, III, IV
D)II, III
E)III, IV
12- A alternativa incorreta a
respeito da Cantiga de amor é:
a)O ambiente é rural ou familiar
b)O trovador assume o eu lírico masculino,
é o homem quem fala.
c)Tem origem provençal.
d)Expressam a “coita” amorosa do trovador,
por amar uma dama inacessível.
e)A mulher é um ser superior, normalmente
pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador.
13-
(ENEM)
•TEXTO
I
Mulher, irmã, escuta-me não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
Jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
As lágrimas são gotas de mentira
E o juramento manto da perfídia.
TEXTO
II
Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA.
Os autores ao fazerem alusão às imagens
da lágrima, sugerem que:
a)Há um tratamento idealizado da relação
homem/mulher.
b)Há um tratamento realista da relação
homem/mulher.
c)A relação familiar é idealizada
d)A mulher é superior ao homem
e)A mulher é igual ao homem.
(
Enem) TEXTO PARA AS QUESTÕES 14 e 15
•Amor
é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
•14-
O poema tem como característica, a figura de linguagem denominada antítese,
reação de oposição de palavras ou ideias. A opção em que essa oposição se faz
claramente presente é:
a)“ amor é fogo que arde sem se ver.”
b)“ é um contentamento descontente”
c)“ é servir a quem vence o vencedor”
d)“ mas como causar pode seu favor”
e)“ se tão contrário a si é o mesmo amor.”
15- Apesar de ser um texto
camoniano, portanto do Classicismo português, ele dialoga claramente com:
a) Nosso Quinhentismo, marcado pela
incerteza do colonizador;
b) O amor fiel dos poetas árcades que
busca o carpe diem como gozo da vida que é efêmera;
c) O Barroco brasileiro marcado pela
incerteza crida pela contrarreforma e de linguagem paradoxal e de jogo de
oposições;
d) Os sermões de Pe.
Antônio Vieira que pregava o amor como salvação da alma
e) A Literatura brasileira marcada pelo
lirismo
16- Assinale a afirmação falsa sobre as
cantigas de escárnio e mal dizer:
a)
A
principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação
ou não da pessoa atingida.
b)
O
elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se
omitir a identidade do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da
ambiguidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer.
c)
Os
alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais
(homossexualidade, adultério, padres e freiras libidinosos), a avareza, a corrupção e a própria arte de
trovar.
d)
As
cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos
cancioneiros galego- portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a
ausência de preconceito ou censura.
•17-
Sobre o Humanismo identifique o que não corresponde:
a)Rejeita
a noção do homem regido por leis sobrenaturais e opõe-se ao misticismo.
b)Fundamenta-se
na noção bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará, e de que só a
transcendência liberta o homem de sua insignificância terrena.
c)Em
sentido amplo designa a atitude de valorização do homem, de seus atributos.
d)Designa
tanto uma atitude filosófica intemporal quanto um período específico da
evolução da cultura ocidental.
e)É um
movimento que apresenta o homem como ser inacabado, mas perseverante na busca
da perfeição.
•TEXTO I
Um amor
assim delicado
Você pega e despreza
Não o devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho certeza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim violento
Quando torna se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água.
18- A Canção “Queixa” de Caetano
Veloso dialoga com os textos trovadorescos, mais especificamente as Cantigas de
amor, nos seguintes aspectos:
a)Componentes
formais e temáticos que a inserem na categoria das Cantigas de amor.
b)Composta
na forma de Soneto que é a forma fixa clássica.
c)Reconhecimento
do eu lírico por não merecer o amor da amada.
d)A
figura da serpente que adjetiva uma mulher perigosa e cheia de artimanhas
e)O
destinatário não pode ser revelado, pois é um amor proibido.
TEXTO
I
Em
geral, os nossos tupinambás ficam bem admirados ao ver os franceses e os outros
dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabota,
isto e, pau-brasil. Houve uma vez um anciao da tribo que me fez esta pergunta: “Por
que vindes vos outros, mairs e peros(franceses
e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira
em vossa terra?”
LERY, J. Viagem a Terra do Brasil. In:
FERNANDES, F.
•O
viajante francês Jean de Léry
(1534-1611) reproduz um dialogo travado, em 1557, com um
ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a
indígena no sentido.
A) do destino dado ao produto do trabalho
nos seus
sistemas culturais.
B) da preocupação o com a preservação dos
recursos ambientais.
C) do interesse de ambas em uma
exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.
D)da curiosidade, reverencia e abertura
cultural recíprocas.
E) da preocupação com o armazenamento de
madeira para os períodos de inverno.
19-
(ENEM)
“Pequei Senhor, mas não porque hei
pecado,
Da vossa ata clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.”
(Gregório
de Matos )
Durante o período colonial brasileiro, as
principais manifestações artísticas, populares ou eruditas foram, assim como
nos demais aspectos da vida cotidiana, marcadas pela influência da
religiosidade. Nesse sentido, com base na análise da presença da religiosidade na obra de Aleijadinho e Gregório de Matos, é
correto afirmar que:
a)
Ambas são modelos de arte barroca uma vez que se inspiram mais na temática
cristã do que em elementos oriundos da cultura greco-romana.
b)
A presença da temática religiosa em ambos deve-se à influência protestante
holandesa na região da Bahia e de Minas Gerais.
c) No trecho do poema, tem-se a expressão
de um pecador que, embora creia em Deus, não tem certeza de que obterá o perdão
divino, sendo alguém que criticou a própria igreja.
d) A pobreza estética da obra de
Aleijadinho e Matos, deriva da censura
promovida pela santa Inquisição às obras artísticas no Brasil.
e)
apesar de ambos os textos apresentarem a mesma temática encontramos mais ironia
do que arrependimento.
20-
(ENEM) A 1ª imagem abaixo, mostra um ritual antropofágico dos índios do Brasil.
A 2ª mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da coroa
portuguesa.
A comparação entre as produções
possibilita as seguintes afirmações:
I- Os artistas registram a antropofagia e
o esquartejamento praticado no Brasil
II- A antropofagia era parte do universo
cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça entre
luso-brasileiros.
III- A comparação das imagens faz ver
como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados’, indígenas e
europeus.
Está correto que se afirma em:
a) I b)
II
c) III d) I e II e) I, II e III
(UNIV.
CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase
abaixo:
A linguagem ______, o paradoxo, ________ e o registro das impressões sensoriais
são recursos linguísticos presentes na poesia ________.
a) simples; a antítese; parnasiana.
b) rebuscada; a antítese; barroca.
c) objetiva; a metáfora; simbolista.
d) subjetiva; o verso livre; romântica.
e) detalhada; o subjetivismo; simbolista.
21- (MACKENZIE-SP) Assinale a
alternativa incorreta:
a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que seguem a tradição
medieval e textos para teatro com clara intenção catequista.
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um
levantamento da terra, daí ser predominantemente descritiva.
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo:o ser humano dividido entre a
matéria e o espírito, o pecado e o perdão.
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através de antíteses,
paradoxos, interrogações.
e) O
conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante,
enquanto o cultismo é marcado pelo jogo de ideias, seguindo um raciocínio
lógico, racionalista.
22- (Enem)
Ardor
em firme coração nascido;
pranto por belos olhos
derramado;
incêndio em mares de água
disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas
escondido;
tu, que em um rosto corres
desatado;
quando fogo, em cristais
aprisionado;
quando crista, em chamas
derretido.
Se és fogo, como passas
brandamente,
se és fogo, como queimas com
porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a
tirania,
como quis que aqui fosse a neve
ardente,
permitiu parecesse a chama fria.
O
texto pertecente
a Gregório de matos apresenta todas as carcterísticas:
a)
Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da
sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem
direta.
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava
imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do
tempo e da vida.
c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática
por simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e
pares antitéticos que tendem para o paradoxo.
d) Temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta
predominando sobre a ordem inversa, imagens que prenunciam o
Romantismo.
e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista
evidente no uso das síntese, dos anacolutos e das alegorias, construção
assimétrica.
•Texto
para as questões 23 a 25
À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO
Nasce o Sol, e não dura mais que um
dia,
Depois da Luz se segue a noite
escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em continuas tristezas a
alegrias,
Porém, se acaba o Sol, por que
nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não
dura?
Como a beleza assim se
transfigura?
Como o gosto, da pena assim se
fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a
firmeza,
Na formosura não se dê
constância,
E na alegria, sinta-se
triste.
Começa o Mundo enfim pela
ignorância
A firmeza somente na inconstância.
23- No texto predominaram as
imagens:
a) olfativas; b) gustativas; c) auditivas;
d) táteis; e) visuais
24- A ideia central do texto
é:
a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo;
b) a grandeza de Deus e a pequenez humana;
c) os contrastes da vida;
d) a falsidade das aparências;
e) a duração prolongada do sofrimento.
25- Qual é o elemento barroco
mais característico da 1ª estrofe?
a) disposição antitética da frase;
b) cultismo;
c) estrutura bimembre;
d) concepção teocêntrica;
e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva.
26- A preocupação com a brevidade da vida
induz o poeta barroco a assumir uma atitude que:
a)
descrê da misericórdia divina e contesta os valores da religião;
b) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a mocidade e a
beleza;
c) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos céticos;
d) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus;
e) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade dura.
27-
(Enem)Assinale o que não se refere ao Arcadismo:
a)
Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade.
b)
Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a
verdade, a perfeição, a imitação da natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de
figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.
e) Apoia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat
(“corta o que é inútil”).
Nos exercícios 28 e 29, assinale, em cada
um, a(s) afirmação(ões) improcedente(s) sobre o
Arcadismo.
(Podem ocorrer várias em cada exercício).
28. A
respeito da época em que surgiu o Arcadismo:
a) o século XVIII ficou conhecido como “século das luzes”;
b) os “enciclopedistas”construíram os alicerces filosóficos da Revolução
Francesa;
c) o adiantamento cientifico é uma das marcas desta época histórica;
d) a burguesia conhece, então, acentuado declínio em seu prestígio;
e) em O Contrato Social, Rousseau aborda a origem da Autoridade.
29. Quanto à linguagem árcade:
a)
prefere a ordem indireta, tal como no latim literário;
b) tornou-se artificial, pedante, inatural;
c) procura o comedimento, a impessoalidade, a objetividade;
d) manteve as ousadias expressionais do Barroco;
e) promove um retorno às “virtudes clássicas”da clareza, da simplicidade e da
harmonia.
Torno
a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)
Aqui
estou entre Almendro,
entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.
Se
o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui
descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.
(Cláudio
Manoel da Costa. In: Domício
Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.)
30-
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos
do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o
poema e o
momento histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados
na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar
onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole,
como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido
entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da
Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é
elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em
realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana”
sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a
condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e)
A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está
representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à
transformação do pranto em alegria.
31-
Ainda sobre o texto de Claudio Manuel:
Assinale
a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o
poeta se dirige ao seu interlocutor.
a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino”
(v.1)
b) “Aqui estou entre Almendro,
entre Corino,”
(v.5)
c) “Os meus fiéis, meus doces
companheiros,” (v.6)
d) “Vendo correr os míseros vaqueiros”
(v.7)
e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro
encanto,” (v.11)
32- Assinale o que não se refere ao
Arcadismo:
a)
Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade.
b)
Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a
verdade, a perfeição, a imitação da natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de
figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.
e) Apoia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat
(“corta o que é inútil”).
33- Poema satírico sobre os
desmando administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que
governou a Capitania das Minas de 1783 e 1788:
a)
Marília de Dirceu
b) Vila Rica
c) Fábula do Ribeirão do Carmo
d) Cartas Chilenas
e) O Urugua
34-
Em seu poema épico, tenta conciliar a louvação do Marquês de Pombal e o
heroísmo do índio. Afasta-se do modelo de Os Lusíadas e emprega como
maravilhoso o fetichismo indígena.
São heróis desse poema:
a) Cacambo,
Lindóia, Moema
b) Diogo Álvares Correia, Paraguaçu, Moema
c) Diogo Álvares Correia, Paraguaçu, Tanajura
d) Cacambo,
Lindóia, Gomes Freira de Andrade
e) n.d.a.
35- Sobre as Cartas Chilenas, de
Tomás Antônio Gonzaga, analise as proposições abaixo e conclua. (
) Há bucolismo no texto, tendo em vista pertencer ao Arcadismo. ( )
Todos os versos são brancos, ou seja, não dispõem de rimas. ( ) Trata-se
de uma sátira endereçada ao governador da época, Luís da Cunha Meneses,
criticando os desmandos administrativos e a corrupção praticados por este
36 - Entre os escritores mais
conhecidos do “Grupo Mineiro”, estão:
a) Silva Alvarenga, Mário de Andrade, Menotti del Picchia.
b) Santa Rida Durão, Cecília Meireles, Tomás Antônio Gonzaga.
c) Basílio da Gama, Paulo Mendes Campos, Alvarenga Peixoto.
d) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto.
e) Alvarenga Peixoto, Fernando Sabino, Cláudio Manuel da Costa.
37- Uma das afirmações abaixo é
incorreta. Assinale-a:
a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana,
deuses e entidades pagãs. Mas esses mesmos deuses convivem com outros seres do
mundo cristão.
b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se sobretudo de
poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica e satírica.
c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem
barroca, preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita.
•d)
O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o descobrimento
da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de missionários e
colonos português.
e) A morte de Moema,índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de
fidelidade e amor ao índio Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O
Uruguai, de Basílio da Gama.
38- Assinale a alternativa correta
em relação a Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga.
a) No livro, é estabelecido um contraste entre a paisagem, bucólica e amena, e
o cenário da masmorra, opressivo e triste.
b) Trata-se de um conjunto de cartas de amor, enviadas por Marília, de Minas
Gerais, a Dirceu, que se encontra em Moçambique.
c) Na obra, o pensamento racional é anulado em favor do sentimentalismo
romântico.
d) Nas liras de Gonzaga, Marília é uma mulher irreal, incorpórea, imaginada
pelo pastor Dirceu.
e) Trata-se de um livro satírico, carregado de termos pejorativos em relação às
convenções da época.
39- Considere as afirmativas sobre
Barroco e o Arcadismo:
1.
Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos
e romanos.
2.
Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros.
3. Vida campestre idealizada como verdadeiro
estado de poesia-clareza-harmonia.
4. Emprego frequente de trocadilhos e de
perífrases – malabarismos verbais – oratória.
5.
Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito
cristão antiterreno.
Assinale
a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo:
a)1,
4 e 5 b)2, 3 e 5 c)2, 4 e 5 d)1 e 3
•12. Texto I "É a vaidade, Fábio, nesta
vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa
rompe, arrasta presumida."
•Texto
II "Depois que nos ferir a mão da morte, ou seja neste monte, ou noutra
serra, nossos corpos terão, terão a sorte de consumir os dous a
mesma terra."
•O texto I é barroco; o texto II é
arcádico. Comparando-os, é possível afirmar que os árcades optaram por uma
expressão:
a)impessoal e, portanto, diferenciada do
sentimentalismo barroco, em que o mundo exterior era projeção do caos interior
do poeta b
b)despojada das ousadias sintáticas da
estética anterior, com predomínio da ordem direta e de vocábulos de uso
corrente.
c) em que predominam, diferentemente do
Barroco, a antítese, a hipérbole, a conotação poderosa.
d) em que a quantidade de metáforas e de
torneios de linguagem supera a tendência denotativa do Barroco
O
autor da tira utilizou os princípios de composição de um conhecido movimento
artístico para representar a necessidade de
um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, diferentes pontos
de vista.
Das
obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela
eu cuja composição foi adotada um procedimento semelhante é: